Eu tenho vontade, já tenho vontade de privatizar a Petrobras. Vou ver com a equipe econômica o que a gente pode fazer, porque o que acontece: eu não posso, não é controlar, eu não posso melhor direcionar o preço do combustível, mas quando aumenta a culpa é minha”, disse Bolsonaro em entrevista à rádio Novas de Paz, de Recife (PE).
O mandatário reclamou ainda de ser responsabilizado pelo aumento no preço do botijão do Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), o gás de cozinha, e lembrou que zerou o imposto federal incidente sobre o produto
Aumenta o gás de cozinha a culpa é minha, apesar de ter zerado imposto federal, coisa que não acontece aí por parte de muitos governadores”, continuou.
A privatização da Petrobras é defendida pelo ministro da Economia, Paulo Guedes. No entanto, o chefe do Executivo federal dá sinais mistos em torno do tema. Durante os anos em que foi deputado federal, Bolsonaro tinha um perfil intervencionista e tratava a Petrobras como empresa estratégica para o setor energético, que precisava ficar sob responsabilidade do governo.
Quando se lançou à Presidência da República, em 2018, aconselhado por economistas de perfil liberal, Bolsonaro passou a admitir a possibilidade de privatização da estatal, mas não chegou a encampar abertamente a medida. Já no cargo, ele deixou claro que o núcleo duro da Petrobras não seria privatizado, mas ocorreram vendas de ativos e de empresas subsidiárias.
Mudança em ICMS sobre combustíveis
Para reduzir o preço dos combustíveis no Brasil, o governo federal defende mudança no cálculo do ICMS (imposto estadual/distrital). A Câmara aprovou nesta quarta-feira (13/10) o texto-base do projeto, proposto pelo Executivo. O texto ainda precisa ser analisado pelo Senado Federal e enfrenta resistências de governadores, que temem queda na arrecadação.
A ideia do projeto é que o imposto incida sobre o preço médio dos combustíveis nos últimos dois anos – e não dos últimos 15 dias, como é hoje. Além disso, a alíquota corresponderia ao aplicável em 31 de dezembro do exercício imediatamente anterior.
De acordo com cálculos da Federação Brasileira de Associações de Fiscais de Tributos Estaduais (Febrafite), a proposta defendida por Lira derrubaria a arrecadação de estados e municípios em R$ 24,1 bilhões por ano.
Segundo a estimativa da Febrafite, a nova metodologia causaria perdas de R$ 12,7 bilhões em impostos cobrados sobre a gasolina, R$ 7,4 bilhões sobre o diesel e R$ 4 bilhões sobre o etanol.