Terra sem lei
O senador Humberto Costa comentou que a cada ataque à sua honra publicado por internautas em suas redes sociais, uma equipe do gabinete faz o relato às autoridades. “Não vou deixar de me manifestar nem de lutar pelo endurecimento das legislações conta esse tipo de crime. Muita gente acha que a internet é uma terra sem lei, mas não é assim que funciona”, disse.
A utilização de perfis falsos ou ataques em massa feitos por robôs que atingem figuras políticas não é exclusividade dos parlamentares de esquerda. Deputadas federais de direita como Bia Kicis (PSL-DF) e Carla Zambelli (PSL-SP) também registraram ocorrência após serem xingadas nas redes sociais.
Kicis registrou ocorrência na DRCC após ter sido vítima de calúnia, injúria e difamação. A parlamentar foi atacada virtualmente por um youtuber identificado como “Dom Werneck”. Ele gravou um vídeo e publicou no seu canal do Facebook. Nas imagens, o autor chama a deputada de farsante e que ela faria parte do crime organizado, além de utilizar recursos públicos irregularmente e promover lavagem de dinheiro.
Para a polícia Kicis disse ter conhecido Dom Werneck há anos em um acampamento de apoio ao impeachment da então presidente da República Dilma Russeff. Contudo, fazia anos que não o via.
Ibaneis atacado
O governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), também figura como vítima em pelo menos três ocorrências apuradas pela PCDF. Em maio deste ano, vídeos que circulavam na internet mostravam manifestantes e caminhoneiros que se dirigiam à Esplanada dos Ministérios para realizar manifestações políticas e foram impedidos pela Polícia Militar.
Na imagem, um homem xinga o chefe do Executivo local de “ladrão, corrupto, safado, vagabundo, cafajeste, covarde e safado”.
Investigadores da DRCC fizeram pesquisas em fontes abertas e localizaram o perfil do autor dos xingamentos. Foram coletadas as imagens e os vídeos das redes sociais. De acordo com o delegado-chefe da DRCC, Giancarlos Zuliani, existem ataques em que são postados 200 ou mais comentários atacando a honra de determinadas vítimas.
Para otimizar as apurações, os policiais estão separando os casos por amostragem. “Estamos pegando os ataques mais graves, mais contundentes, e fazendo o trabalho de identificação do perfil, quem é o responsável e onde mora. O volume de casos impossibilita que seja feita uma apuração individual”, explicou.