quarta-feira, 27 de janeiro de 2021

TRAGEDIA DA BOATE KISS COMPLETA 8 ANOS

A tragédia da boate Kiss completa 8 anos nesta quarta-feira. O incêndio, que ocorreu na madrugada do dia 27 de janeiro de 2013, provocou 242 mortes e deixou 636 feridos. Nenhum dos quatro réus foi julgado ainda, são eles:

  • Marcelo de Jesus dos Santos, músico vocalista da banda Gurizada Fandangueira
  • Luciano Augusto Bonilha Leão, produtor e auxiliar de palco
  • Mauro Londero Hoffmann, sócio da boate
  • Elissandro Calegaro Spohr, sócio da boate

A terapeuta ocupacional Kelen Ferreira é uma das sobreviventes do incêndio. Ela conta como costuma ser difícil o primeiro mês do ano.

Kelen ficou 78 dias internada no hospital — 24 foram na UTI, sendo que 15 em coma.

"Quando cheguei na porta, vi que era fogo, porque a fumaça começou a dificultar minha respiração e começou a queimar meus braços. Virei para tirar a sandália, acabei tirando a sandália do pé esquerdo, do direito acabou ficando, o que ocasionou, futuramente, faltou circulação no meu pé, foi o motivo que tive que amputar", conta.

Estar viva e 242 pessoas terem morrido foi um fardo muito grande durante um tempo. Principalmente o ano todo de 2013. Mas, depois, quando saía na rua, e encontrava pais que perderam seus filhos, que nos acolheram bastante, que viraram uma família. E sempre me diziam 'eu queria ter meu filho aqui conosco'", acrescenta.

Julgamento

Em março de 2020, o julgamento de Luciano Bonilha Leão chegou a ser marcado e toda a estrutura para a realização do júri foi montada em Santa Maria. Mas, três dias antes, o júri foi suspenso pelo Superior Tribunal de Justiça até que saísse a decisão de um pedido do Ministério Público para que os quatro réus fossem julgados juntos.

Os outros três réus já haviam solicitado a mudança para Porto Alegre, alegando questões de segurança e a imparcialidade do júri.

Em setembro do ano passado, ficou definido pela Justiça que os quatro réus, Luciano Bonilha Leão, Elissandro Spohr, Mauro Hoffmann e Marcelo dos Santos serão julgados em Porto Alegre, mas ainda sem data definida.

As defesas de Luciano Bonilha Leão e Marcelo dos Santos disseram esperar que o júri saia o quanto antes e reforçaram a inocência dos seus clientes. Já as defesas de Elissandro Spohr e Mauro Hoffmann, não haviam retornado com o pedido de posicionamento até o começo da manhã desta quarta.

Ainda em fevereiro um edital deve ser aberto para definir o novo juiz que vai assumir o caso. O magistrado vai decidir a data e dar os encaminhamentos.

"Esse é um julgamento complexo, já foi visto isso quando da preparação lá em Santa Maria e a razão disso nós já temos conhecimento para realizar toda a infraestrutura e organizar todo o julgamento. Necessidade de licitação, por exemplo, para alimentação dos jurados, vítimas que serão ouvidas, a necessidade de licitar alimentação, a questão da segurança também é uma questão importante, então, tudo isso será feito em conjunto com o juiz do julgamento e pela administração do Tribunal", afirma a juíza-corregedora do TJRS Vanessa Gastal De Magalhães.

Fonte: G1