De acordo com o advogado, a confusão começou enquanto ele e alguns amigos preparavam uma atividade sobre assédio sexual no carnaval. Um grupo de ideologia política contrária teria se aproximado e começado a provocar.
Ainda segundo Doratiotto, o grupo que estava com ele conseguiu fugir das provocações até o momento que começaram as agressões. “Eu fui no banheiro e, quando voltei, teve um bate-boca com o grupo e eu levei um soco no rosto”, disse o advogado. Por causa da pancada, ele teria caído e, mesmo assim, segundo o advogado, policiais militares se aproximaram para algemá-lo.
O advogado afirma que foi algemado e levado para a delegacia dentro do carro da PM. No DP, ele teria sido informado que não registraria o boletim de ocorrência como vítima, mas sim acusado por diversas ilegalidades, como desacato, injúria, entre outros.
“Foi uma tentativa mentirosa de inverter os fatos”, diz Doratiotto. Ele afirma que ficou em uma área restrita da delegacia, enquanto o grupo que teria provocado a confusão estava na área comum, para prestar depoimentos como testemunhas e vítimas.
Ao ser chamado para depor, como investigado, Doratiotto começou a pedir para tirar as algemas, pois estariam machucando seu braço. Depois de ter a algema retirada, ele teria mostrado o braço machucado e, então, iniciou a discussão com os PMs.
“Eles falaram que foi pouco e eu questionei o que eles poderiam fazer a mais, além de algemar”, conta. Foi nesse momento que os policiais militares o agarraram e quebraram o braço do advogado conforme é possivel ver nas imagens.
Depois de ter o braço quebrado, o advogado foi socorrido e levado para o hospital. Ele foi, em todo momento, acompanhado por uma escolta policial. Segundo o advogado, primeiro falaram que seriam outros PMs que o acompanhariam, mas ao longo da noite, ele teve que ser escoltado pelos próprios agressores.
Ainda de acordo com Doratiotto, em vários momentos os policiais militares fotografaram os documentos e exames entregues pelos médicos à vítima.
Depois do atendimento, todos voltaram para delegacia para terminar de formalizar o boletim de ocorrência. O advogado conta que ainda precisou pagar R$ 1 mil de fiança para ser liberado e voltar para casa. “Depois de tudo isso, ainda tive que dormir sentado e tomar banho com uma cadeira porque não aguento de dor”.
Procurado pela reportagem, o ouvidor de polícia de São Paulo, Benedito Mariano, disse que vai instaurar um procedimento para acompanhar o caso. “Falei hoje com o corregedor e convidei a vítima a ir à Ouvidoria na quarta-feira à tarde”, disse Mariano.
a conduta dos agentes envolvidos na ocorrência. Afirmou também que o homem foi levado à delegacia após agredir pessoas, na noite de domingo (3), em uma praça em Atibaia.
Em outra nota, a pasta disse que "os agentes envolvidos na ocorrência foram afastados das suas funções até a conclusão do Inquérito Policial Militar".